Concessionárias de energia definem quais regiões terão crescimento econômico


A CPFL Paulista anunciou um investimento de R$8 milhões em Guariba (SP), cidade da região metropolitana de Ribeirão Preto, para ampliar a infraestrutura de fornecimento de energia elétrica. Esse investimento da CPFL representa 87,3% da receita de Guariba em 2016 (R$9,2 milhões), segundo o portal da transparência da cidade. A ampliação da capacidade de demanda de energia irá atrair novos investimentos para a construção de indústrias e fomentar o comércio, gerando novos empregos e melhorando a vida dos cidadãos que impulsionará o crescimento econômico da cidade. Sorte e sucesso para a população de Guariba. Entretanto, isso leva a uma reflexão: Como são definidos os investimentos das concessionárias de energia?

Como todo o investimento, a tomada de decisão é baseada no retorno do investimento e, no caso de empresas com ações na bolsa de valores, os dividendos para os acionistas. Para reduzir os riscos, os investimentos devem estar apoiados por informações que demonstrem a atratividade do negócio.

Analisando o Plano de Governo da Coligação “Unidos por Guariba”, do atual prefeito da cidade, não existe menção de grandes investimentos para fomentar o crescimento econômico da cidade. As ações são mais táticas e de melhorias nos serviços e infraestrutura da cidade.

Fazendo uma pesquisa no site da Aneel, Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e energia do Estado de São Paulo) e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, não encontrei dados de planejamento desses investimentos.

Usando dados públicos, o empreendedor e empresário comum encontra dificuldades para entender quais as regiões de potencial crescimento econômico. Graças ao press-release da CPFL Paulista, agora é possível prospectar novas oportunidades de negócios na região.

Esse exemplo, reforça a necessidade de entender como os investimentos das concessionárias são definidos. Não recordo que alguma Chamada Pública das concessionárias de energia para discutir com a sociedade a necessidade de investimentos para o desenvolvimento regional.

Por fim, aparentemente, quem define o crescimento de uma região acaba sendo as concessionárias de energia. Isto baseado no fato que, teoricamente, as concessionárias não podem ter acesso a informações privilegiadas por ferir o código de conduta, as regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e compromissos de responsabilidade social.