Os reajustes tarifários de energia elétrica dos consumidores cativos são motivadores para projetos de micro e mini geração de energia. Enquanto fatores climáticos e do mercado de commodities de óleo e gás aumentam os custos de energia, acontece uma redução dos custos dos equipamentos para geração de energia fotovoltaica. Estes fatores viabilizam a instalação, com menor tempo de retorno do investimento, de projetos de geração distribuída de energia.
Os custos de energia aumentam à medida que é necessário utilizar as termoelétricas para a geração de energia para compensar os baixos níveis dos reservatórios de água das hidroelétricas. Este custo pode até ser previsto pelo tempo de retorno de estiagens e chuvas, porém as mudanças climáticas começam a alterar a previsibilidade dos eventos.
Uma estiagem não afeta apenas os custos de energia, mas os preços de produtos hortifrutigranjeiros, trazendo um impacto nos preços aos consumidores finais, que por sua vez reduzem ou substituem produtos. O efeito é sentido em toda a cadeia produtiva.
É fato que as concessionárias de energia têm um custo fixo para operar o sistema, constituído grosso modo por custos de operação, pessoal, lucro para investimentos e remuneração dos acionistas, pagamento da compra de energia realizadas nos leilões da Aneel e impostos.
O aumento consumo acima da energia já contratada gera um custo adicional para a concessionárias de distribuição de energia que não pode ser repassada para os clientes cativos. A redução do consumo abaixo dos níveis planejados gera impactos negativos na receita.
O crescente uso de energia distribuída e compra de energia no mercado livre pelos consumidores industriais e comerciais de demanda acima de 500KVA, deverá impactar, significativamente, o modelo de custos das concessionárias de geração, transmissão e geração.
Está previsto para os próximos anos maior flexibilidade para os consumidores cativos migrarem para o mercado livre, alterando ainda mais o modelo atual de custos das concessionárias de distribuição.
As empresas e consumidores residenciais que não aderirem a geração distribuída ou a compra de energia no mercado livre deverão ser impactos com tarifas mais elevadas das concessionárias de distribuição e ter seus orçamentos, significativamente, impactados.
A recomendação é intensificar os projetos de eficiência energética, incluindo mudanças nos processos produtivos e materiais, e produzir sua própria energia ou comprar no mercado livre.